EUA acusam nove pessoas de lavagem de dinheiro com cripto, ligados a cartéis de drogas
A operação de lavagem de dinheiro com cripto, ativa entre 2020 e meados de 2023, atuava a serviço de cartéis de drogas do México e Colômbia.
Um grande júri federal dos EUA indiciou nove indivíduos por envolvimento em uma rede de lavagem de dinheiro baseada em cripto. Os acusados seriam ligados a cartéis de drogas no México e na Colômbia.
A operação, ativa entre 2020 e meados de 2023, usava criptomoedas para lavar o produto da venda de drogas nos Estados Unidos. Assim, transferindo fundos através das fronteiras sob o pretexto de transações legítimas.
As acusações de lavagem cripto resultam de uma investigação de várias agências. Por isso, envolve Homeland Security Investigations (HSI), IRS Criminal Investigation Unit e Broward County Sheriff’s Office.
Os réus enfrentam alegações de conspiração para cometer lavagem de dinheiro e operar um negócio de transmissão de capital ilegal.
Operação de lavagem com cripto
De acordo com o comunicado de imprensa oficial, o esquema desvendado pelas autoridades dos EUA era uma rede complexa. Em resumo, foi projetada para canalizar o dinheiro das drogas por meio de criptomoedas para as mãos de líderes de cartéis no México e na Colômbia.
Em essência, a operação envolvia a coleta de dinheiro em espécie proveniente da venda de drogas em cidades dos EUA. O grupo, então, trocou o cash por criptomoedas, enviou para carteiras controladas pelos réus ou seus co-conspiradores. Em seguida, os criptoativos eram convertidos novamente em moeda fiduciária para ser entregue aos líderes dos cartéis.
Entre os principais indivíduos da operação estão Nilson Sneyder Vasquez Duarte (conhecido como “Sobri” ou “Sobrino”), que coordenou a entrega de fundos para trocadores de criptomoedas do mercado clandestino.
Outros participantes acusados incluem Hernan Horacio Richard Samper, Maria Eugenia Landeros Rosas (também conhecida como “Yeni”), Raimundo Carlos Rodriguez Huter e vários outros que supostamente facilitaram as trocas. Ademais de atuaram como mensageiros transportando dinheiro em cidades dos EUA.
Documentos judiciais alegam que a rede dependia de cambistas do mercado clandestino. Isso porque eram os transmissores de dinheiro sem licença e carteiras de criptomoedas que ofuscavam a origem dos fundos. Esse método oferecia aos cartéis uma maneira moderna de evitar o escrutínio financeiro tradicional.
A operação mascarou efetivamente a trilha do dinheiro à conversão em criptomoeda ao utilizar exchanges e misturadores descentralizados.
Embora os réus enfrentem várias acusações, sete deles – Duarte, Landeros, Huter, Rincon, Morales, Calvo Bueno e Alvarez – também enfrentam acusações substantivas de lavagem de dinheiro.
Combate ao crime financeiro com criptomoedas: nova abordagem
A natureza sem fronteiras das criptomoedas, juntamente com o anonimato das transações, tornou-as uma alternativa atraente em ações criminosas. O Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) destacou esse caso como parte de esforços mais amplos sob a iniciativa das Forças-Tarefas de Combate às Drogas do Crime Organizado (OCDETF).
A OCDETF adota uma abordagem de múltiplas agências, orientada por inteligência, para desmantelar operações de alto nível de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Nesse caso, a investigação, liderada pela Força-Tarefa de El Dorado, baseia-se nas condenações anteriores de três indivíduos e nos processos em andamento contra outros.
As agências envolvidas – HSI, IRS Criminal Investigation e autoridades locais – empregaram técnicas forenses sofisticadas para rastrear as transações de criptomoeda até suas fontes.
Em meio a esse crescente uso indevido de criptomoedas, a Unidade de Inteligência Financeira (FIU) do Nepal sinalizou recentemente uma tendência crescente de uso de criptomoedas para lavagem de dinheiro e fraude cibernética, apesar da proibição nacional do comércio de ativos digitais.
No mais recente “Relatório de Análise Estratégica”, a FIU destacou como os malfeitores convertem fundos ilícitos em criptomoedas para transferi-los para o exterior. O aumento de esquemas fraudulentos de investimento em criptomoedas direcionados a cidadãos nepaleses e a subnotificação devido à ilegalidade do comércio e ao estigma social exacerbaram ainda mais o problema.
Quase 65% dos casos de fraude relatados no Nepal em meados de 2024 tiveram habilitação para uso cibernético. O que levou a FIU a recomendar um monitoramento mais rigoroso das transações de criptomoedas, treinamento institucional e campanhas de conscientização pública.
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