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O futuro das criptomoedas

O futuro das criptomoedas

Bitget Academy2024/04/11 08:58
Por:Bitget Academy

 

No panorama financeiro em rápida evolução, as criptomoedas estão a passar de um interesse nicho para um fenómeno global. Esta mudança de paradigma, liderada pela Bitcoin, está a redefinir a própria estrutura do que constitui o dinheiro, os ativos e as reservas de valor. Na vanguarda desta revolução financeira está El Salvador, o primeiro país a aceitar a Bitcoin como moeda legal, o que abriu um precedente para o papel que as moedas digitais poderão desempenhar no futuro.

As criptomoedas como um ativo

Tradicionalmente, uma classe de ativos é caracterizada pela sua capacidade de gerar rendimentos, preservar capital e proteger-se contra a inflação. A Bitcoin, a principal criptomoeda, surgiu como uma resposta à crise financeira de 2008, combinando estas características com as dimensões adicionais de escassez digital e inovação tecnológica. Com a sua oferta máxima de 21 milhões de moedas, a Bitcoin é um exemplo de escassez digital, emulando as limitações de oferta de metais preciosos como o ouro.

Os investidores institucionais e as empresas têm integrado cada vez mais as criptomoedas nos seus portefólios, reconhecendo o seu potencial para diversificação e retornos elevados. Esta mudança para uma adoção generalizada é um testemunho do crescente reconhecimento das criptomoedas, não apenas como instrumentos especulativos, mas como ativos legítimos.

A reserva superior de valor

O conceito de reserva de valor evolui à medida que a sociedade também progride. A era digital exige uma reserva de valor que transcenda as fronteiras tradicionais, oferecendo acessibilidade global, segurança e resistência à inflação. As criptomoedas, alimentadas pela tecnologia de blockchain, são a solução para este paradigma. Graças à sua acessibilidade global, características de segurança e imunidade às falhas do sistema bancário tradicional, as criptomoedas oferecem uma alternativa às reservas tradicionais de valor, como o ouro.

Os bancos centrais e os governos podem controlar os preços do ouro comprando ou vendendo grandes quantidades do mesmo, influenciando assim, por si só, a dinâmica de oferta e procura. Além disso, a manipulação das moedas, ou seja, a alteração do valor da moeda em que o ouro é cotado (normalmente o dólar americano), pode afetar a acessibilidade do ouro no mercado mundial e, consequentemente, os seus preços. As criptomoedas, por outro lado, podem permanecer relativamente imunes à manipulação do mercado devido à sua descentralização, transparência e participação generalizada. A descentralização garante que nenhuma entidade controla a rede de criptomoedas, tornando os esforços de manipulação coordenada mais difíceis. Além disso, a tecnologia de blockchain promove transparência através de um livro-razão público, permitindo uma deteção fácil de atividades suspeitas. A sua segurança criptográfica impede assim alterações não autorizadas. O facto de qualquer pessoa, independentemente da sua localização, poder comprar e guardar criptomoedas nas suas carteiras elimina as barreiras à entrada nestes mercados. Esta participação mais alargada deverá ajudar a proteger as criptomoedas contra manipulação, assegurando um maior grau de participação.

 

Vale a pena mencionar que a apreciação do valor da Bitcoin é verdadeiramente incomparável: até mesmo em 2020, quando foi avaliada em 10.000 $, o seu poder de compra já havia ultrapassado o de moedas fiat como o dólar americano - a moeda de reserva mundial.

Fonte: The Bitcoin Standard: Central Banking's Next Frontier

As criptomoedas como dinheiro: a experiência de El Salvador

A ousada decisão de El Salvador de tornar a Bitcoin numa moeda com curso legal em setembro de 2021 constituiu um marco significativo na história das cripto. Esta decisão não foi meramente simbólica; foi um passo prático para a inclusão financeira de 70% dos salvadorenhos que não tinham acesso a serviços bancários tradicionais. A sua "Lei Bitcoin", aprovada em junho de 2021, permite que a maior criptomoeda seja utilizada para qualquer transação no país, incluindo o pagamento de bens e serviços, impostos e outras obrigações financeiras.

A função essencial de qualquer moeda é facilitar transações. As criptomoedas, por definição, destacam-se neste domínio, oferecendo uma tecnologia que as simplifica. Com a Bitcoin, as transações são agora efetuadas rapidamente, sem necessidade de uma conta bancária, e a uma fração do custo dos serviços de remessa tradicionais. Este facto é significativo, uma vez que as remessas constituem uma parte considerável do PIB de El Salvador.

Uma vez que a Bitcoin é reconhecida como moeda, as transações efetuadas em Bitcoin estão isentas do impostos sobre mais-valias. Isto é particularmente benéfico para os investidores e detentores de Bitcoin em El Salvador, uma vez que elimina a carga fiscal associada à apreciação do valor da Bitcoin quando esta é cambiada ou utilizada para compras. Isto apoia a noção de que a Bitcoin é uma reserva de valor de relevo, na medida em que as criptomoedas não estão sujeitas aos caprichos de políticas governamentais ou ligadas ao desempenho económico de uma única nação. Em suma, os salvadorenhos têm agora acesso a um ativo que transcende as fronteiras nacionais e os sistemas bancários tradicionais, libertando-os dos impactos da inflação e da instabilidade económica.

A adoção da Bitcoin neste país aborda outro aspeto crítico de uma moeda: a sua atuação como meio de troca. O governo lançou a "Chivo Wallet", com a qual os utilizadores podem converter Bitcoin em USD (a outra moeda oficial em El Salvador) e vice-versa, levantar dinheiro de caixas multibanco e fazer compras. Esta infraestrutura digital apoia a utilização da Bitcoin em transações do dia-a-dia, tanto com vendedores locais, como com empresas internacionais. A posição única do El Salvador como um país amigo da Bitcoin atraiu turistas e investidores interessados em criptomoedas, levando a um aumento das transações de Bitcoin no setor do turismo e de atividades comerciais internacionais.

A Lei Bitcoin tem como objetivo promover a inclusão financeira, permitindo acesso a serviços financeiros através da Bitcoin a uma parte significativa da população salvadorenha que não possui acesso aos serviços bancários tradicionais. Esta iniciativa tem por objetivo aumentar a participação na economia e melhorar o bem-estar financeiro geral da população. Esta medida também explora o potencial da utilização das criptomoedas como meio de troca, assim como a sua possível atração de investidores estrangeiros, empresários de criptomoedas e startups de fintech. Este afluxo de investimento pode estimular crescimento económico, criação de emprego e inovação tecnológica.

A experiência salvadorenha é um laboratório do mundo real que oferece informações valiosas sobre os desafios e oportunidades apresentados pelas criptomoedas. Questões como a volatilidade, as barreiras tecnológicas e as preocupações regulamentares fazem naturalmente parte desta curva de aprendizagem. No entanto, os possíveis benefícios, incluindo o aumento da autonomia financeira, a redução da dependência das taxas de remessa e o reforço da inclusão económica, constituem um argumento convincente para o papel futuro das criptomoedas.

Conclusão

O papel pioneiro de El Salvador na adoção das criptomoedas já foi acompanhado de perto por nações e instituições financeiras de todo o mundo. A integração bem sucedida das cripto como ativo, reserva de valor e moeda poderá abrir caminho a uma aceitação mais ampla, remodelando gradualmente o mundo como um lugar onde as moedas digitais e as fiat coexistem e se complementam. À medida que nos aventuramos neste território desconhecido, as criptomoedas continuarão muito provavelmente a desafiar e a redefinir o nosso entendimento de dinheiro, valor e soberania financeira.

 

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